quinta-feira, 25 de junho de 2009

Do alto da montanha


Quando o Ser desperta, a existência transforma-se em experiência útil e prazenteira. A conscientização de si mesmo, e de seu papel ante o Criador e a criação, se desdobra numa ampliação da visão acerca da vida.
O ponto de vista não é mais estreito e restrito ao próprio ego e o referencial deixa de ser o curto périplo terrestre. Pode-se dizer que o Ser alça um vôo impulsionado pelas asas da moral e da intelectualidade, e das culminâncias das elevações que o Ser alcança, avista a amplitude numa visão holística e sintética, cheia de sabedoria, compreensão e tolerância.
Esse é o momento mágico pelo qual a Natureza empreendeu bilhões de anos de progresso. Do mineral ao Homem, todos aguardavam esse acontecimento sublime, que por determinismo divino estava assinalado a ocorrer, mas que por muitas vezes fora adiado devido à própria rebeldia do Ser aos Códigos Soberanos da Vida.
Ao passo em que ocorre a tomada de consciência, passado, presente e futuro fundem-se no Ser. A vida se lhe torna clara e simples, e uma Luz fulgurante e celestial passa a lhe guiar os passos.
Ao sair da caverna em que se aprisionou por longo interstício, o Ser se apercebe das imensuráveis possibilidades que o Universo lhe proporciona, e a realidade da Vida se descerra tal qual alvorada.
Tudo se encaixa e passa a fazer sentido, e lhe brota no âmago a nítida certeza de que – ‘como diria um antigo compositor baiano’ – “Tudo é divino, tudo é maravilhoso”.

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